segunda-feira, 4 de abril de 2016

À primeira vista

À primeira vista, ela não era nada. Pouco chamativa, nada atraente, andava torto e usava óculos.
Aquela menina que não tinha muitos amigos, que não chamava muita atenção dos outros à sua volta.

Menina essa que quando falava, já decepcionava os julgadores.

A fala dessa menina era a segunda vista, meiga, fofa, inteligente e brilhante. Tudo o que ela tinha de tímida, se tornava sutileza no falar.
Escuta-la fazia o fundo embaçar e a musica brega tocar em terceiro plano.

Mas o melhor era a terceira vista, ou melhor, primeiro toque. 
Aqueles lábios macios e delicados se tornavam uma máquina destruidora de sanidade ao funcionar. Vinham rasgando meu lógico e se houvesse segundas intenções neles, ela os tornava como primeiras impressões.

O segundo toque não devo falar, coisas assim só a sentindo mesmo.