quinta-feira, 28 de maio de 2015

Troninho

Quando em meu troninho eu sento,
Sinto uma vontade de leve ficar,
Mas quando chega o momento,
Meu fiofó não quer mais ajudar.

Forço forço mas o barro não sai
Ele finge que sai mas logo volta.
Nessa brincadeira ele não cai
E continua dentro, mas que droga!

Vou forçá-lo pela última vez.
Vamos ver quem é mais chato.
Ele certamente deve me achar um otário.

Respiro e prendo a respiração,
Logo sinto sua desistência:
Ploft! Lá vai a merda pela tubulação.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Sonhando paixão

Quando, em você, eu penso
Vejo aquela menina correndo,
Chorando, rindo, tremendo
E desapercebido cai seu lenço


Aquela cena bem clichê.
Coisa de filme meloso.
Daquelas que se vê na tv,
Mas para mim, muito amoroso.

Em você, eu não paro de pensar
Em fazê-la ou não minha vida.
Até agora, tu só me faz pesar
Tendo que descartar minha ida.

Mas quando em meus braços estiver,
E pendência nenhuma tiver com a vida,
Esteja ciente do que eu propuser,
Sendo, seu feitio, minha alegria,

Mas não faça de mim, seu dono,
Mas sim sua agenda,
Daquelas usadas como mordomo,
Fazendo-lhe, ou não, tua encomenda

E é nessa via que vai e volta,
Como de amante e amado,
Podendo ocorrer qualquer reviravolta,
Que revivemos um casal apaixonado.

terça-feira, 26 de maio de 2015

Folha de caderno

Olho para o papel,
Sinto a vontade,
Mas de mim
Não sai escrita alguma.

Um vazio branco
Que no papel, destaca;
Não clareia minhas ideias,
Ele me inquieta.

O papel branco
Traz vontade,
Mas logo a pena vem
De sujar o vazio albino.

Mas para diminuir
Meus pensamentos aos outros,
Tenho que grafitar o vazio
E sujar a inspiração.

Minha inspiração vem do papel vazio.

domingo, 24 de maio de 2015

Escrevendo uma tatoo

Pego o papel para fixar meus pensamentos vagos.
Empunho o lápis para ter a autonomia de escrever.
Preparo a borracha que, meus erros, eu apago,
Para que, nos outros textos, eu possa me precaver.

Como a agulha na pele, o lápis no papel,
Mas as cicatrizes profundas, só no leitor,
Que tem aquele texto como resultado,
Mas não tem ideia de como se conduziu a dor.

O papel goza os arranhões com muito gosto,
Porque sabendo da chance de ser amassado ou queimado,
Cada letra nele escrita, o faz sobreviver.

E nesse rumo a ele destinado, de tensão e arranhões, 
O papel vai levando. Com seus amigos em baixo
Assistindo a arte que nele fixam sem prevenção.

Texto em branco

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Paradoxo.

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Noite

A noite permanecerá escura
Até o Sol decidir brilhar.
E continuará sua bravura
Enquanto as 12 horas não terminar.

A noite quieta e humilde
Não reclama da invasão.
Seu espaço, ela gentilmente divide
Com o Sol e sua reputação.

A noite é tão sábia,
Que deixa a atenção para o Sol.
É como o olhar de pescador ao farol

Que só procura a luz para guiá-lo,
Mas as entranhas daquele farol,
Ao pescador, nunca será revelado.