quarta-feira, 22 de abril de 2015

Fome de escrever

A fome mata e compacta
Sentimentos já não são os mesmos
A angústia rebate na mente e lá empaca
O nosso interior, nós não mostramos

A morte chega com a fome
E a angústia já não é a mesma
Nós rebatemos nosso interior
E os sentimentos compactados, não mostramos

Já que a angústia mata
E nosso interior já não é o mesmo
Não mostramos nossa fome

Assim que a mente foi esquecida
Empacamos a brincadeira
A fome de escrever se compacta

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Ecoando a mente

À beira do precipício
Falo com meu eco
Que ecoa o meu suplício
Repetindo o que eu peço

Sabendo que o eco repete
Quilo que eu grito,
Falo o que sinto
Mas nada que ouço me diverte.

Se estou puto ou não
O eco não quer saber
Ele repete o meu dizer
E não me da sua opinião

O eco é um falso álibi
Ele ecoa o que falam
E aqueles que dizem "cale-se"
São os que menos o calam

Eu não preciso de precipício
Para ter um eco físico
Preciso da minha mente cansada
Para deixar de pensar, de raciocinar, de compor e rimar.
Já não versifico mais, já não raciocino mais, já não penso mais, já não existo mais. Precipício não mais para ecoar, e sim para pular.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Valsa do ensaio

Um, dois, três.
Um, dois, três.
Vem, me diz,
Outra vez.

Pé pra lá.
Pé pra cá.
Ao cair:
Levantar!

Reclamar!
Me beijar!
Decidir!
Realçar!

Desistir?
Fica aqui!
Minh'alma diz:
Exigir!

Um, dois, três.
Um, dois, três.
Você fez
Outra vez.

Ritmo!
Atenção!
Tem que haver:
Tradição.

Um, dois, três.
Um, dois, três.
Um, dois, três.
Outra vez.

Aptidão.
Ambição.
Conseguiu!
Perfeição.

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Beijo abstrato

Beijo abstrato incomoda o poeta
Que sente ao beijar mas não pode provar
Como no amor que o machuca
Mesmo sem existir na cuca

Como pode? Um ato tão gostoso,
E, ao mesmo tempo, tão duvidoso.
Essa tortura mental que fere devagar
Esse poeta que não para de pensar.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Anjos existem!

          Existem anjos na Terra sim! Mas muitos humanos pensam errado sobre eles. Os anjos não "caem do céu", pelo contrario, eles fazem questão de descerem por conta própria e simplesmente escondem suas asas e auréolas para não assustar os humanos.
          Esses anjos foram capazes de sair do seu conforto no céu, para iluminarem e se sacrificarem por certos humanos que, nem de longe, merecem sua luz, mas o anjo não se importa, ele reconhece que os humanos erram, são grossos e mal educados, mas há chances de concertá-los, basta o anjo decidir fazê-lo.
          Anjo não tem idade. Pela lógica humana eles envelhecem propositalmente sua imagem durante o tempo, e fingem limitar suas capacidades; claro! Os humanos não deixariam de serem tolos e não entenderiam os anjos. Esses seres místicos são sensacionais! Têm tantos dons e tanto amor para dar. Até nesse ponto os anjos não são entendidos.
          Parece que os anjos cansaram dos humanos. Anjos! Não desistam de nós! Nós fazemos que não gostamos, mas no fundo estamos desesperados a procura de um anjo para nos ajudar, para conversar, aprender, admirar.
          Anjos, os humanos te amam. Não deixem de nos amar! É difícil, mas não impossível.