À beira do precipício
Falo com meu eco
Que ecoa o meu suplício
Repetindo o que eu peço
Sabendo que o eco repete
Quilo que eu grito,
Falo o que sinto
Mas nada que ouço me diverte.
Se estou puto ou não
O eco não quer saber
Ele repete o meu dizer
E não me da sua opinião
O eco é um falso álibi
Ele ecoa o que falam
E aqueles que dizem "cale-se"
São os que menos o calam
Eu não preciso de precipício
Para ter um eco físico
Preciso da minha mente cansada
Para deixar de pensar, de raciocinar, de compor e rimar.
Já não versifico mais, já não raciocino mais, já não penso mais, já não existo mais. Precipício não mais para ecoar, e sim para pular.
Nenhum comentário:
Postar um comentário