domingo, 26 de novembro de 2017

Mudança da vida

E nessa mudança da vida,

Caixas abrem,

Caixas fecham,

E você sempre ali

Na minha frente.


Nas louças,

Nas colchas,

Nos móveis,

Nas fotos.


Minha vida de mudança,

E você sempre indo com ela.

domingo, 19 de novembro de 2017

"Ela" (So mais uma II)

Só mais uma não existe.

Ela é nova sim.

Ela é linda, saudável, feliz.

Ela é vó, mãe, Irma, amiga.

Ela é.


Sempre é muito nova para morrer.

Sempre não se viveu suficiente.

Sempre há o medo.

Sempre há a perda.

Sempre há mudanças.

Nunca ficam para sempre.


O "ela" é eterno.

O corpo de vai.

A memória fica.

Casa, roupas, fotos e textos.

Todos inúteis.

Todos frágeis.


O "ela" se eterniza.

Na memória,

No sentimento,

Na alegria.


"Ela" vai, mas fica.

"Ela" nunca foi.

"Ela" está.

"Ela" é.

Ela.

Só mais uma

Tenho medo do momento em que minha vó vira a falecer.

Ela é pura, feliz, saudável, viva.

Mas escutando a televisão,

Me vem à cabeça o tema morte.


Escutamos "morreu muito novo,

Aquele menino de 5 anos de idade."

Escutamos "morreu muito nova,

Aquela menina de 26 anos."

Escutamos "morreu muito nova,

Aquela moça de 43 anos."

Escutamos "morreu muito novo,

Aquele senhor de 51 anos."


Tenho medo do momento em que minha vó vira a falecer.

Será ela muito nova para morrer também?

Ou será ela mais uma?


Mais uma morte.

Mais um número.

Mais uma.

Só mais uma.

domingo, 12 de novembro de 2017

Sem pressão sem pressa

Faz-se de tudo um drama,

Mas aquieta-se na lama?

CONTENTAR-SE COM POUCO?

Essa não pode ser a atitude

Daquele que me ama.


Se te desesperas em meio ao caos

Reveja teus ideais,

Pois no caos tu se vais,

E a sanidade no caos se perderá.


Sem pressão nos atos, e como sabes:

A pressa não leva à perfeição 

Então não se desfaça da razão.

E leve a vida com mais tranquilidade.


Disso tudo tire tua alegria futura.

Pare, esvazie, pense, siga.

Tuas experiências passadas

Ditam todas as verdades tuas.


domingo, 5 de novembro de 2017

A fórmula da vida

Viver não tem fórmula.


Já me perguntaram porque viver é tão difícil. E eu respondi que não é! Viver é tão fácil quanto misturar tintas. Você tem uma cor em abundância, e quer chegar a outra cor a partir da tua, mas para isso tem que fazer algumas misturas.


Viver é misturar cores.


Cada indivíduo tem sua cor inicial, seu balde e seus tubos de compartilhamento.


A cor pode ser qualquer uma: rosa, roxo, vermelho, verde, azul, cinza, amarelo, laranja... e por incrível que pareça, pode ter a cor preta e a cor branca. É! Dizem que são cores mais raras, mas eu discordo.


Conheço muita gente que tem branco em seus baldes. Alguns com um tom mais claro de branco, outros com um branco menos "puro", mas independente da concentração de branco no balde, essas pessoas podem transformar qualquer balde em branco.


Já os baldes pretos, por sorte, vi menos. Baldes escuros, sem compartilhamento de cores. Baldes perdidos. Desses, eu prefiro ficar é bem longe.


Existem pessoas que tem uma sensibilidade no olhar pra perceber mais tons de cor. E isso é a mais pura verdade. Tem gente que tem um balde menorzinho, outros com um baldão que não dá pra ter noção.


Enfim, uma infinidade de baldes e de cores, mas esses não existiriam sem a presença dos tubos de compartilhamento.


Esses tubos são invisíveis. Mas espere um pouco: cores em tubos invisíveis? Como isso é possível?


Calma; os tubos são invisíveis a olho nu! Mas eles estão ali, transportando as cores de um balde ao outro. De uma cor à outra. Pelos olhos, ouvidos, esporos, boca, nariz... as cores se misturam em diversos lugares, com diversas ferramentas, e para diversos motivos e objetivos. 


Os tubos são responsáveis pelo transporte e seleção das cores.


Resumidamente, a vida é misturar cores, mas ninguém sabe qual a quantidade de cada tom que devemos adicionar ao nosso balde. A vida é tentativa e erro, acertos e falhas.


Você só começa a gostar da mistura quando o tom de seu balde lhe agradar.