sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Entre 5 estações

Ela não era bonita, nem tampouco feia... Sentada ao meu lado em um trem qualquer que saia de Bangu. Tinha, em seu antebraço esquerdo, uma tatuagem peculiar com algo em volta de uma secção de um batimento cardíaco no cardiograma. Ela mexia no celular em alguma rede social, mas não era essa a questão. Aquele perfume mexia comigo de forma extraordinária, cheiro indescritível, mas com uma leveza e perspicácia que só aqueles que o sentem entendem...
Não se diz a idade dela pela aparência, arrisco dizer que tem cerca de 17, mas se me afirmarem ter 30 não negarei... 
Estava usando óculos cor de laranja meio desbotado, quem sabe cor de pele após uma praia...
Vestia um short jeans curto, sapatilhas rosas com bolinhas pretas e uma blusa comum branca. Nada nela atraia mais olhares quanto seu aroma.
Ela sempre com um olhar suspeito, aquele de que nao quer nada com ninguem, nem um simples desejo de boa noite de um desconhecido ao seu lado como eu. Mesmo que eu a desejasse a desprezada "boa noite", ela nao escutaria.
Um fone lilás conectava seus ouvidos a seu celular, o que me impedia de fazer qualquer abordagem, não porque eu queria, mas o simples fato de nao ser capaz de fazer aquilo, estava me dando vontade.
"Vila Militar. Desembarque pelo lado esquerdo." era nosso fim. O fim da tensao, da vontade, do perfume.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Brisa

Ouço um som na porta:
É a brisa que a bate.
É aquea que se assemelha
Ao que me aflora, ao que me rebate

Ouço passos no chão:
É você vindo me ver.
Quase perco a noção
Quando a porta se abre:
É a brisa a me absorver.

Sem esperanças saio à procura
De um sinal, de uma saida
Me contento em minha loucura
Por não conseguir o que quero

Brisa traiçoeira, que refresca,
Que empurra, que engana.
Brisa mentirosa, vampiresca,
Que enlouquece, que esgana.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Abstinência de você

Você vem amanhã de manhã?
Vem reanimar meu fim de semana?
Ja estou sentindo falta de você!
Tanto aqui quanto na cama.

Vem fazer uma carícia em mim
Como você fazia todas as tardes no sofá,
Ou aquele café que eu recebia na cama.
Eu não tenho dúvidas que você ainda me ama!

Deixa eu te amar novamente
E manter uma união alegre,
Ou criar nosso porto-seguro;
Assim como o solo acolhe a semente

Não aguento a solidão que me tortura.
Esse pedaço que foi tirado de mim.
Esse pilar que me sustentava.
Rezo para ter, de você, uma reação futura.

Espero que entenda o meu lado,
Se ponha em meu lugar e reflita;
E, se sentir-se mal por algum motivo,
Vai saber que você é minha vida.

E quando se tira a vida de alguém,
Esse alguém deixa de existir, de amar,
De pensar em você.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Química

Química,
Me carbonize
Ionizando meus
Pensamentos ácidos.

Me reduza
Na tentativa
De me fazer reagir
Com minh'alma elétrica.

Me oxida!
Me corroa!
E faça de mim uma
Isomeria ambulante.

Pensar x Depressão


(Um dia uma amiga me disse que pensar demais nos torna depressivos, e defensor caloroso da filosofia, decidi mostrar a ela que pensar não nos deixa depressivos)

Se pensar nos deixa depressivos, e a filosofia é a arte de pensar, não necessariamente a filosofia é a arte da depressão; pelo contrario: a filosofia exala uma magia libertadora e alegre, que nos faz humanos e racionais. Sendo assim, o pensar não nos deixa depressivos, quem faz isso somos nós mesmos.

Cão sem coleira

O cão, quando sai da coleira, não sabe o que fazer, nem o que sentir; mas a primeira impressão, ou até falsa vontade, seria sair correndo (sem rumo) e feliz, mas quando ele se da conta de que saiu de seu porto-seguro, mesmo que infeliz, o cão sai à procura de outra coleira; cabe a ele decidir o quão apertada a coleira poderá estar.

Quase sem saudade

A vontade que tenho de você,
Faz uma saudade carente de novela.
Que a historia rola e desenrola
E não vejo passando a hora.

Tua presença, ao meu ver,
Me transforma em um engano.
Faço-me facilmente de palhaço
Ficando louco para ganhar um amasso.

As horas teimando em passar
Me faz parar de raciocinar
E meus pensamentos se soltam no ar.

Junto a eles vai minha consciência.
Para completar, vai também a vontade de você,
Desaparecendo então minha sofrida carência.

Depressão

Todos os dias, quando acordo, vejo as mesmas coisas; os mesmos objetos sobre a prateleira; os mesmos livros, as mesmas fotos, os mesmos lápis dentro do mesmo copo.

Levanto da mesma cama, do mesmo travesseiro. Dou um passo no mesmo chão, nos mesmos tacos arrumados de forma desigual.

Saio do mesmo quarto com as mesmas paredes pintadas com a mesma cor desbotada e desanimada; passo pelo mesmo corredor com o mesmo piso frio e os mesmos quadros velhos na mesma parede também desbotada.

Chego na mesma cozinha; levo meu olhar cansado à mesma geladeira branca que está no final da mesma sequência de armários aparafusados na mesma parede branca, que agora exibe as mesmas manchas de gordura.

Ando com os mesmos passos arritmados e cansados por não fazer nada; chego na frente daquela mesma geladeira, elevo meus braços (que desde o nascimento são os mesmos) e abro a mesma porta da geladeira que faz os mesmos barulhos ranjedores.

Dentro têm as mesmas comidas; os mesmos queijos, os mesmos molhos, as mesmas carnes, as mesmas bebidas; os mesmos gostos, os mesmos cheiros e a mesma falta de apetite.

Fecho a mesma geladeira com a mesma dificuldade e esforço que usei para abri-la. Volto pelo mesmo caminho que fui para a mesma cozinha, passando pelo mesmo corredor, pelo mesmo quarto e, finalmente, à mesma cama em que eu estava.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Dependência

Ja me ofereceram todo o ouro do mundo em troca de você, neguei.
Ja me ofereceram toda a alegria do mundo em troca de você, neguei.
Ja me ofereceram todo o poder do mundo em troca de você, neguei.
Ja me ofereceram todas as terras do mundo em troca de você, neguei.

Ja me ofereceram o mundo em troca de você, neguei.

Ja me ofereceram o universo, todas as estrelas, a lua e todas as galáxias em troca de você...
Neguei tambem...
Porque sem você não sou ninguem, não sou feliz, nem sou rico, nem nada.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Só desconfie

Peço a você para que desconfie de mim quando faço elogios à sua pessoa, principalmente quando, em sua presença, palavras saem da minha boca. Não me julgue por favor, pois sou sincero exageradamente.
Só digo que, para que eu não a faça sofrer, para que eu não te iluda, juro que é impossível que, em sua presença eu não me referir à sua beleza, à sua alma, ao seu jeito de princesa.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Meus Medos

Tenho medo do futuro.
Medo do que falarão,
Medo do que há no escuro,
Medo das coisas que virão.

Tenho medo do presente.
Medo do controlavel,
Medo do respiravel,
Medo do atraente.

Tenho medo do passado.
Medo do imutavel,
Medo do apurado,
Medo do inegavel.

Tenho medo de muitas coisas,
Coisas que na verdade,
Não há de ter medo,
Pois o medo consciente de tudo
Vira coragem condizente do mundo.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Escrever um poema sobre o que?

Não sei bem ao certo qual tema abordar,
Muito menos quais rimas utilizar.
Não sei se devo me divertir ou sofrer,
So sei, com certeza, que vou escrever

Será que devo falar de paixão?
Ou será que falo de solidão?
Quem sabe escrevo minha alegria!
Ou minha incrível magia...

Na verdade não sei de nada,
Pois se eu soubesse já o teria escrito.
Eu vou parar com essa palhaçada
De escrever duvidas do que eu digo!

Um momento... Ouviu o que eu acabei de lhe dizer?
Tive uma ideia, já sei sobre do que meu poema deve ser!
"Não sei bem ao certo qual tema abordar,
Muito menos quais rimas utilizar..."