quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Alíviquido


De uma jorrada no papel,
A literatura escorreu-se bela.
E dela, ao meu ver, corruptela.
Rasgando a folha ao léu.

O calor espirrado nas paralelas
Borra a tinta já impressa.
E o branco no branco, que nada se expressa,
Se transpassa fazendo-se aquarela.

Ferramental ofegante, encurva-se.
Liberto da apertura injusta
E após fricção exausta,
Finalmente derrama o fluido como se falasse.

E assim fez-se o poema.
Emoções escorridas em aparato branco.
Assim como higiene ao corpo,
E equilíbrio à alma.

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